terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O dia que termina.
Sala fria, papéis soltos, desarrumados, me mostram a importância que tenho, ou não.
O telefone que não pára de tocar, documentos que entram e saem, cópias, cafés.
Como algo, a hora não passa. Cansei do computador, o telefone volta a tocar, selos para colar.
O chefe, ou os chefes, pedem, mandam,agradecem?
Dias e rotinas que nem sempre acabam no fim do dia. O telefone continua tocando em minha mente enquanto vejo a TV.
Chuva, chuva e chuva.
Trabalho em dobro, metrô lotado.
Preguiça, carência.
Nostalgias.
A Rússia que não me sai da cabeça, ou é a minha cabeça que não saiu de lá. Ou o coração?
Saudades de outros tempos. Argentina, Londres, Lilia, russo, neve, Big Ben.
Saudades de amigos da infância, Guará, bolinha de gude, pipas, pique e pega.
A vida que passa, que pede, que implica, que define. Sonhos que vem e vão, mudam de direção. Pessoas que aparecem, que mexem, que apaixonam e desapaixonam. Que me amam e desamam. Amizades à força, espontâneas.
O ano que inicia em exatos 16 dias.
Algo mudará.Prefiro me apegar à idéias, a fatos que passaram. Digo não há certos motivos definidos para o futuro.
Leio meu jornal e ascendo um incenso. Toalhas natalinas. O gato que se foi.
A cama vazia, a companhia do silêncio.
Atmosfera macabra, é um sonho apenas. Delírios fabricados.
A insensível arte da solidão procriada, proclamada e adulterada pelo constante medo do abandono.
Sirva-me uma coca-cola por favor!
Não quero morrer de sede!