quinta-feira, 12 de março de 2015

31 anos - dia 15

Estamos naquela fase de textos em que eu preciso encontrar um tema mais especifico para falar, embora eu tenha tanta coisa para dizer. Daí pensando um pouco mais sobre alguns temas resolvi falar sobre um compilado de coisas que eu acredito serem importantes, principalmente para quem está me conhecendo agora. Algumas pessoas sabem o que eu acho sobre várias coisas, outras não. São opiniões muito fortes e muito intensas, mas que apesar disso, me tornam quem eu sou. Escolhi três tópicos que sei que são polêmicos, mas que na minha humilde opinião, ainda que recebendo críticas, são opiniões de uma mulher de 30. Não tem jeito, mesmo me sentindo tão imatura, ainda assim preciso tentar agir como adulta. Os temas são: aborto, homossexualidade e bulling. 

Aborto - este tema está bem em evidência. Rola vez ou outra uma campanha contra o aborto e várias mulheres postam fotos grávidas. Acho muito legal porque eu adoro ver mulheres grávidas. Gosto de compartilhar esse momento especial na vida das mulheres que convivem comigo. E mesmo sendo contra o aborto, eu não julgo quem é à favor ou quem tenha praticado este ato. Com o tempo percebi que as decisões pessoais, são como o nome diz, pessoais. Não creio que quem aborte deva ser colocado em pregos. Também não uso a frase: na hora de fazer foi bom, para definir uma pessoa que opta por essa decisão. Eu dou graças a Deus por nunca ter precisado passar por isso, embora quando eu tinha 19 anos eu achei que estava grávida e sim, a primeira coisa que me veio à cabeça foi tirar a criança. Hoje, aliviada, penso muito na minha atitude na época e agradeço por não ter que carregar algum fardo relacionado à isso. Mas sempre pensei por exemplo que se eu ficasse grávida após um estupro eu talvez voltasse a querer tomar tal atitude. Mas o tempo passou e nada de gravidez. Hoje aos 30, nutro metade da vontade de ser mãe e metade da vontade de ser apenas tia e tia-avó. Não ter filhos deve ser uma opção decidida, acredito eu, ainda jovem. Sou completamente à favor do planejamento familiar e do ensino sobre sexualidade na escola. Defendo o uso de preservativo e como já disse, jamais julgarei uma mulher que decida pelo aborto. Sei que é difícil e sinto que não deva ser uma decisão muito simples de ser tomada, mas quero que quem ler este texto e precisar de um apoio, possa recorrer à mim sem medo. E principalmente, rezo para que quem aborte o faça com o mínimo de dignidade e que possa principalmente se perdoar. 

Homossexualidade: quem me conhece sabe que eu sou totalmente relax com relação à este tema. Acho super natural, embora exista por aí sempre uma discussão super fervorosa sobre o tema. Me espanta o preconceito com relação aos seres humanos que são gays, lésbicas e simpatizantes. Acho que não é algo que se adquire, mas que é algo com o qual você nasce. Não se vira gay, não é culpa da criação da avó, nem acredito que a TV vá influenciar nessa opção e acho cafona quem vira e diz que não é preconceituoso, mas quando acontece com algum parente vira as costas. A única coisa que eu sempre converso muito, principalmente com quem está naquela duvida, é que é preciso manter sempre o respeito. Principalmente com quem não é. Acho que é importante manter essa posição e respeitar. Um respeitando o outro, sem violência. Ser hétero ou não, ser gay, branco, negro, ou qualquer outra coisa, não me difere do outro. As dívidas permanecem, as contas precisam ser pagas, o mundo precisa de pessoas, não de sexo, raça ou credo. Simples. Não há necessidade de agir preconceituosamente. É feio e sei que Deus não gosta disso.

Bulling - parece esquisito tocar nesse assunto, mas é outro tema que anda muito em evidência nos últimos anos. Digamos que virou moda, embora não veja dessa forma. Quando criança eu sofri algum tipo de bulling: ou por ser sempre a mais baixa da turma, ou por não falar o R, ou por me confundir nos idiomas. Quando fui crescendo, era porque era gorda, depois porque era magra e por aí vai. Ter sido magra, muito magra, foi meio que resultado de tudo que ouvi sobre o meu corpo. Chorei muitas vezes calada, embora não me visse como vítima da sociedade careta e mau educada. Sofri muito mais por não saber responder à altura. E é isso que me entristece e me dá medo. Porque o problema é justamente quando a pessoa não consegue responder ao desrespeito. Eu foquei. Não me fechei em meu mundo. Demorei a aceitar a situação negativa, mas quando acordei, e sei que foi à tempo, ignorei totalmente os olhos atravessados e os sussurros inconvenientes. Sou à favor do dialogo. E essa questão eu falo em tudo que penso. Falta para o ser humano, humanidade e dialogo. Desta forma surge, porque muitas pessoas precisam que esse sentimento surja, de respeito. Para mim, respeito ao ser humano é algo que você nasce com ele. 

Sei que muitas vezes, nos três temas acima, fui infantil de alguma maneira. Essa minha visão mais humana das situações, é resultado de muita reflexão e de muitos erros e injustiças. Sei que não estou livre de errar e de julgar, mas eu agradeço à Deus pelo auto-reconhecimento do erro. Já dei muitos foras, comentei o que não devia e claro, desrespeitei. Mas imediatamente me retrato, não para aparecer, mas porque sei que não sou e nunca serei superior à absolutamente ninguém. O erro do outro, não é o meu erro. A escolha do outro, também.