terça-feira, 7 de abril de 2015

Esperando o que me é de direito.

Se dê ao respeito, menina. Entende de uma vez por todas que o corpo é instrumento da alma. Entende que se a alma livre fala e o corpo preso se cala, a alma reprimida chora e morre um pouco. Sacia sua alma, menina. Faz as vontades dela. Aguça seus instintos e entende que ela precisa de você. Não mata sua alma de fome. Cuida dela, menina.
Para e pensa: o maquinário que reveste a alma foi minuciosamente projetado por alguém que entende muito mais de felicidade do que toda essa gente sem graça que repete regras anestéticas sobre o comportamento do corpo. Ri dessa gente ignorante, menina. Entende que quem legisla sobre o corpo não entende nada da alma. Tem piedade e diz a eles: vão cuidar das suas almas!
Entende de uma vez por todas que almas não têm sexo. Percebe que se sua alma necessita de entrega, o corpo também precisa se entregar. Não deixa as amarras do “você precisa ser difícil” cercearem a liberdade da sua alma. Sacia a sede dela. Entende que se eles julgam a alma pelo comportamento do corpo, são só um bando de desalmados. Sua alma não precisa de gente assim.
Entende que a liberdade é o bem mais precioso que sua alma possui. Não tira isso dela. Não deixa as armas do “ele não vai te dar valor” ferirem a sua alma. Nota que o valor já pertence à alma. Ninguém tira isso dela. Ela não precisa que ninguém lhe dê.
Respeita a sabedoria da alma, menina. Compreende que não existem regras mais eficazes do que aquelas ditadas pela sinestesia da alma. Só ela entende quem merece sua entrega, só ela percebe quais almas merecem conhecer a sua, só ela é capaz de guiar o seu corpo.
Se dê ao respeito, menina. Respeita as vontades da alma. Entende seu valor e não deixa essa ladainha machista paralisar o seu corpo. O corpo alimenta as vontades da alma. Se ele para, não tenha dúvidas: a alma morre.




O texto acima foi enviado hoje por uma amiga muito especial. É do site /www.entendaoshomens.com.br e caiu como uma luva em um dos momentos mais delicados pelo qual estou passando desde que me separei.
A verdade é que desde então venho vivendo uns relacionamentos muito esquisitos. A maioria deles puro e simplesmente carnais e sem muito a acrescentar à minha já estranha vida amorosa. 
Eu não ando com muita vontade de namorar, mas ultimamente também não ando querendo viver nada muito fugaz. E isso é muito complicado nos dias atuais. Tudo é muito fácil, rápido e sem nexo e eu que já sou muito complicada, complico ainda mais. 
Há uns dois meses comecei a me apaixonar por uma pessoa e que eu acabei pedindo em namoro, por me achar moderna e até especial. Passado o susto, óbvio que levei um fora e optei por aceitar o que me fosse possível ser dado, mesmo que não fosse o tal namoro que eu almejei.
Só que eu resolvi repensar algumas atitudes e cheguei à conclusão de que não quero mais sexo por sexo, como se eu fosse depósito de sentimentos momentâneos. Não sou, nem nunca fui uma pessoa santa, romântica, sonhadora, mas chega uma hora que é preciso optar. 
Optei por esperar. Esperar algo não só especial, mas recíproco. Não acredito nessa de amar por dois, nunca acreditei aliás. Não posso gostar de quem não gosta de mim e não posso ter ao meu lado uma pessoa que gosta de mim, mas não gostar dela. E sei que é provável que eu fique só por um bocado de tempo. Mas acho que preciso esperar algo mais bacana para mim e principalmente, preciso acreditar que tudo isso que sou, irá pertencer digamos, à alguém que me queira como sou, e que de uma forma leve, queira construir um relacionamento interessante comigo. 
Não é fácil. As pessoas não entendem, eu confesso até que não entendo muito essa decisão, mas creio que ela veio de um outro plano. Optar por ter algo diferente, animador, construtivo e especial não é uma tarefa simplificada, mas pela minha sanidade e pelo respeito ao próximo, preciso esperar. 
Não faço aqui alusão à nenhuma religião ou especifico que pronto, agora só viverei algo que me leve ao altar. Muito pelo contrário, não gosto de denominar nada, mas quero, preciso e sei que mereço um relacionamento além do físico, do material e do sexual até. E isso não necessariamente deve ser por obrigação um casamento.
Me julguem, me critiquem, me condenem. Mas não posso amar, nem ser amada pelas beiradas, pelas metades, pela pena, pelo medo. 
Quero e sei que encontrarei exatamente o que ainda não sei o quê é, mas que me é de direito.