quarta-feira, 8 de março de 2017

08 de março hipocrita

E mais um dia 08 de março. Dentro da minha cabeça eu nem estou comemorando. Nada. Até tenho sido cordial desejando um lindo dia às mulheres, afinal o fato de eu achar a data hipócrita não me dá o direito de ser amarga. 
E leio todas as mensagens que me enviam e não me comovo. Porque não adianta me desejar um feliz dia das mulheres hoje e me julgar pelo que sou, como mulher principalmente. Me dizer que me acha um monte de coisas fofas e por trás julgar minhas escolhas. Me julgar pelos meus hábitos, pela minha religião, pela minha escolha profissional. Me julgam por eu ser divorciada. Por eu morar de aluguel. Por eu não ter filhos e não querer ter filhos nunca. Por não ser católica. Por não ser fitness. Por ter o cabelo curto. Por eu ter o cabelo grande. Por eu postar fotos no facebook. Por escrever em um blog. Por nunca dar certo com ninguém. Por não ser concursada. Por gostar de BBB. Por não gostar de Game of Thrones. Por gostar de beber cerveja. Por não comer carne. 
E eu digo mais: eu também sou hipócrita. Eu também julgo a mulher ao meu lado. E te peço perdão. De verdade. Tenho vergonha. Não deveria fazer parte desta turma. Porque eu cresci observando que é muito fácil atirar pedras e mudar esse pensamento é algo que eu me comprometi a fazer. Me comprometi principalmente a entender que sim, cada um faz o que quer de sua vida. E que ou eu ajudo, ou me calo. Não posso, não devo e não quero mais ser a causadora da discórdia. E essa mudança ela precisa ser global. 
A gente precisa se unir mulherada. E parar de achar que a outra é competição. Parar de criticar a cor do cabelo, o corpo, as escolhas amorosas. A gente condena até se a mulher é feliz. Se é infeliz então, é culpa dela. Paremos. Está feio. Sejamos a mudança que queremos. Sejamos entre nós a mudança para um lado muito mais positivo. Não sejamos disputa o tempo inteiro e veneno a cada segundo.
Sobre os homens nem vamos nos aprofundar né? Espero que eles percebam quem realmente somos. O que realmente queremos. E que nos respeitem, em todas as esferas da vida cotidiana, principalmente, a meu ver, se ela estiver de sainha andando às 23h00 na rua. Deixa eu te falar: ela não quer ser estuprada não tá bom?
Beijos!